Falta de Energia nas Indústrias Brasileiras

No Brasil muitas das indústrias não utilizam gasolina, diesel, vapor ou força humana para mover seu processo produtivo, mas sim energia elétrica. Com isso, estas empresas precisam de um suprimento constante e potente de eletricidade para conseguir mover suas operações. Entretanto, segundo pesquisas, este tipo de negócio tem sofrido prejuízos consideráveis graças à falha nos sistemas de energia ou ainda a interrupção do fornecimento de eletricidade.

Em média, os consumidores brasileiros ficam 18 horas por ano sem fornecimento de energia elétrica, sejam unidades residenciais, empresariais ou industriais. Note que esta é a média; então, teve gente que ficou ainda mais tempo sem luz, enquanto outras pessoas, mais “sortudas” tiveram menos tempo de interrupção.

Para uma residência, uma família, 18 horas em um ano de interrupção energética já gera desconforto, mas não é o “fim do mundo”. As pessoas podem desligar o ar condicionado e ir ler um livro. Agora, para uma indústria cujo principal combustível é a eletricidade, 18 horas em um ano (quase um dia todo) gera um prejuízo bastante considerável.

E poucas indústrias ficaram imunes a este tipo de problema. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), apenas 4% das empresas relatam não sofrer com interrupções de energia. A maioria, 44% das indústrias, afirma ter problemas de fornecimento de energia em ocasiões raras. 34% ficam sem energia eventualmente e 16% das empresas industriais afirmam ter problemas com apagões frequentemente.

51% das empresas, no entanto, afirmam que já sofreram altos prejuízos em decorrência de falta de fornecimento de energia. O índice é um pouco menor em indústrias de transformação, das quais 35% se queixam de prejuízos relacionados à interrupção de energia. O índice vale tanto para grandes indústrias, como pequenos negócios.

É inadmissível que o nosso sistema de fornecimento de energia seja tão ineficiente a ponto de permitir que as indústrias, o braço produtivo do país, sofram tantas falhas, interrupções e prejuízos. Mas, como é mais fácil se precaver do que esperar que o sistema se torne eficiente, as indústrias já tem se preparado para encarar o desafio das interrupções na energia por conta própria.

O grande problema da interrupção é que toda a linha de produção da indústria para de funcionar. Isso deixa funcionários ociosos, recebendo para não trabalhar, e pode até mesmo danificar matérias primas perecíveis, que perdem sua utilidade se não forem processadas no tempo correto.

É cada vez mais comum que empresas industriais recorram a compra ou aluguel de grupos geradores de energia para oferecer o suprimento adicional de energia necessário, ou ainda se precaver contra os casos de apagões, comuns no Brasil, especialmente para unidades que consomem uma grande quantidade de energia, que é o caso das indústrias cujo principal combustível é justamente a eletricidade.

Com os grupos geradores, as empresas investem uma quantidade de recursos muito menor do que os prejuízos promovidos por uma eventual interrupção no fornecimento de energia, garantindo que seus processos produtivos nunca parem por razões desta espécie.

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